No entanto, ainda é cedo para comemorar pois para os especialistas, o decreto é “legalmente frágil” e pode ser descartado pelo tribunal superior do país

Autocultivo e produção de cannabis medicinal é autorizado na França

(Foto: Pexels/Nicolas)

Na busca do desenvolvimento de seu setor doméstico, a França acaba de permitir que seus cidadãos cultivem cannabis em casa para fins medicinais.

O novo decreto, publicado no Diário Oficial na última sexta-feira (18), cria novas regras e procedimentos para o uso medicinal da cannabis, que passa a valer a partir de 1° de março.

O país, que vem importando produtos derivados da planta para seu programa piloto de cannabis medicinal, pretende agora autorizar a criação de um setor doméstico que irá democratizar o acesso desses medicamentos.

Entretanto, ainda é muito cedo para se comemorar. Ainda são necessários regulamentos mais robustos para o desenvolvimento de um sistema funcional e operante, isto é, “a decisão de promover o uso medicinal da cannabis através do autocultivo, é uma coisa muito boa, porém, infelizmente na França, o mecanismo é extremamente complexo e judicialmente frágil em relação a constituição francesa e à lei europeia,” destaca Yann Bisiou, professor de direito privado e ciência criminais, em entrevista ao portal Mugglehead.

O especialista revela também, que o atual decreto é tão falho quanto a determinação que proibiu a venda de flores de CBD no último mês e talvez, esse novo conjunto de regras não sobreviva ao recurso do supremo tribunal caso aconteça.

Para aqueles que estão envolvidos no ecossistema canábico francês, será muito difícil aprovar um decreto que poderia apresentar um risco para a Agência Nacional para a Segurança de Medicamentos e Produtos de Saúde (ANSM), podendo o órgão, se recusar a desenvolver um mercado competitivo no qual limitaria o acesso.

Apesar do consumo de cannabis, em comparação com outros da Europa, apresentar altos níveis na França, a implementação de um programa para o uso adulto é um tanto improvável neste momento. No entanto, o uso medicinal ainda é um tema que tramita nas casas legislativas e judiciais por lá.

No último mês, o parlamento francês rejeitou um projeto de lei que recomendava a criação de um mercado de uso adulto taxado e controlado pelo Estado.

Por João R. Negromonte

As estatísticas apontam que os homens são mais propensos a contrair a doença, no entanto as complicações podem ser piores para elas

Mulheres que consomem cannabis têm menos chances de desenvolver diabetes

(Foto: Freepik/Jcomp)

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), as chances de mulheres que possuem diabetes terem doenças cardíacas são quatro vezes maiores do que os homens nas mesmas condições. Além disso, outros distúrbios relacionados com a patologia como depressão, doença renal e cegueira, são mais suscetíveis ao gênero feminino.

Entretanto, um novo estudo revela que mulheres que fazem uso de cannabis em grandes quantidades, podem diminuir os riscos de desenvolver diabetes.

Conduzida por alunos de pós-graduação da Universidade A&M do Texas, nos EUA, a nova pesquisa analisou dados retirados do Banco Nacional de Exames de Saúde e Nutrição entre os anos de 2013 a 2018, onde 15 mil participantes foram avaliados.

A publicação, feita na revista Cannabis and Cannabinoid Research, observou o uso de cannabis com base na frequência e na exposição de cada participante, sendo a maioria deles, mulheres com mais de 40 anos.

A diretrizes avaliadas foram as seguintes:

  • Aquelas que utilizavam cannabis menos de quatro vezes por mês, eram consideradas usuárias leves;
  • Já as que usavam mais de quatro vezes ao mês, eram classificadas como usuárias pesadas.

Também foi avaliado o diagnóstico médico sobre o estado da diabetes e seus níveis de glicemia (concentração de glicose no sangue) em jejum.

Dessa maneira, os pesquisadores puderam observar que mulheres tidas como usuárias pesadas, eram menos propensas a ter a doença, em comparação com aquelas que não faziam uso de cannabis.

Como a cannabis pode ser útil contra a diabetes? 

Diversos estudos já demonstraram que a cannabis pode ser eficaz contra a diabetes, principalmente a do tipo 2 (que o corpo não produz ou cria resistência contra insulina). Um exemplo disso, foi um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em que, 10.986 adultos com idades entre 20 e 59 anos, foram divididos em dois grupos, usuários e não usuários de cannabis, sendo que o grupo que apresentou maior resistência contra a doença era justamente aquele que usava da substância com mais frequência.

É claro que necessitamos de mais pesquisas para afirmar os reais benefícios da cannabis contra a diabetes, no entanto, as descobertas mencionadas acima, são apenas uma pequena parte das dezenas de estudos já existentes que relatam a eficácia da terapia canabinóide no combate a diabetes.

Por João R. Negromonte

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma proposta que simplifica a importação de produtos à base de canabidiol para uso pessoal. Isso significa que, a partir de agora, o processo passa a ser totalmente online, sem envio de documentação pelos Correios. De acordo com a Anvisa, atualmente cada pedido demora, em média, 75 dias para ser analisado e aprovado – ou não.

Em dezembro, a venda em farmácias foi liberada para produtos à base de cannabis, para uso medicinal no Brasil. O cultivo, porém, foi rejeitado pelo órgão para fins medicinais. Sendo assim, os fabricantes que desejarem entrar no mercado precisarão importar o extrato da planta. Ainda, de acordo com a Anvisa, até o terceiro trimestre de 2019 foram feitas mais de 6 mil solicitações de importação, quase o dobro de 2018.

Anvisa aprova proposta que simplifica importação de produtos à base de canabidiol!

Apesar da simplificação, todo o procedimento exige documentos e comprovação da necessidade efetiva do mediamento, assim como sempre exigiu. O cadastramento ainda exige a receita emitida por profissional legalmente habilitado, contendo obrigatoriamente o nome do paciente e do produto, posologia, data, assinatura e número do registro ou profissional prescritor. Uma das possibilidades ainda previstas no processo é que a importação do produto poderá ser intermediada por entidade hospitalar ou unidade governamental ligada à área de saúde.

A nova resolução retira a obrigatoriedade do laudo médico, que informaria, por exemplo, o detalhamento da doença só paciente. A responsabilidade do profissional de saúde se patenteia no receituário, sendo assim, temos a orientação dos conselhos ligados à ética médica. Antes, uma informação adicional, agora o laudo se torna apenas um documento que traz peso de dificuldade ao cidadão.

De todos os 50 estados dos Estados Unidos, em 29 deles a maconha para uso medicinal já foi legalizada. No caso do Brasil, o uso de produtos à base de canabidiol foi liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2018. Seus benefícios estão ganhando mais espaço, desde questões mais profundas, como no tratamento de epilepsia e fibromialgia, até em propostas mais cotidianas, como em cuidados com a saúde da pele e produções estéticas.

Canabidiol e a Saúde da Pele

O CBD, óleo de canabidiol extraído da cannabis sativa, pode ser usado hoje para diversos tratamentos, como Fibromialgia e Epilepsia. Porém, o medicamento também possui propriedades antioxidantes, anti inflamatórias, antiacne, antibactericida e relaxante. Sendo assim, ele também pode ser usado para melhoria da saúde da pele. 

O CBD não é a mesma coisa que o THC (tetra-hidrocanabinol), responsável pelo psicoativo presente na Cannabis. Muito pelo contrário, o canabidiol não age no sistema nervoso central. Devido à esse fato, a medicina está sempre em desenvolvimento para estudar e aplicar as diversas propriedades benéficas da cannabis. Em um congresso anual da American Academy of Dermatology, em San Diego, o medicamento foi usado recentemente em um estudo para performance no rejuvenescimento da pele.

No Brasil, porém, ainda existem restrições quanto a substância ser usada na formulação de cosméticos. Aqui, qualquer derivado da cannabis deve ser importado com autorização prévia da Anvisa e destinado a tratamentos de saúde apenas. Apesar de tudo, vemos uma tendência no uso da planta para diversas áreas – e a quebra do preconceito com a maconha devido à seus inúmeros benefícios, desassociados do THC.

Em um artigo revisado e publicado pela equipe médica da PEBMED, a maconha medicinal pode ser associada ao tratamento da fibromialgia, apresentando-se eficaz no controle da dor causada pela doença crônica.

O que é fibromialgia?

A síndrome fibromialgia, presente em cerca de 3% da população entre 18 e 65 anos no mundo todo, trata-se de uma enfermidade crônica. Isso significa que ela persiste por mais seis meses, sem data estimada de se resolver. O paciente que possui fibromialgia sente dores por todo o corpo, podendo ter também fadiga, insônia, ansiedade, dificuldade de concentração e cefaleia, ou dores de cabeça.

Maconha medicinal como tratamento para fibromialgia

Estudos vem surgindo com o passar dos anos, para tentar comprovar os efeitos positivos da Cannabis em relação à casos de dor crônica. Mais especificamente, pesquisadores israelenses conseguiram associar, em um estudo de 2017/2018, o uso do medicamento com a redução dos sintomas da fibromialgia.

Resultados do estudo

Consumindo uma dose média de 8.3g da maconha medicinal por mês, os 26 pacientes participantes relataram melhora nos sintomas da fibromialgia. Sim, 100% dos indivíduos, ao final da pesquisa, afirmaram uma melhora em todos os aspectos referentes à dor que sentiam. Inclusive, 50% dos participantes reportaram ter parado de tomar a medicação tradicional após o consumo da cannabis, e apenas 30% dos pacientes sentiram algum tipo de efeito colateral, como boca seca e sonolência excessiva.

Ainda existe muito debate sobre o uso da cannabis medicinal. Apesar do uso da substância como medicamento ter ganhado força, principalmente no tratamento de convulsões em pacientes com epilepsia e fibromialgia.

Apesar de tudo, existe muito debate e, logo, muitos estudos sendo desenvolvidos para tentar comprovar esse potencial terapêutico do canabidiol. Já se sabe muita coisa, como por exemplo os seus efeitos ao tratar sintomas de diversas condições… dores crônicas, esclerose múltipla e náuseas causadas por quimioterapia, são as que mais comprovam cientificamente as propriedades terapêuticas do THC.

Efeitos colaterais do Canabidiol

Então o cannabis medicinal pode ser usado de forma terapêutica em diversos casos, mas e quanto aos seus efeitos colaterais? O que se sabe do medicamento exatamente? O THC é o responsável pelo potencial da maconha para causar dependência, problemas cognitivos e de memória, mas o canabidiol é apenas o óleo da cannabis, não possuindo as mesmas propriedades alucinógenas que as pessoas buscam no uso recreativo da planta.

De acordo com um estudo do psicofarmacologista Fabrício Pamplona, diretor científico da Entourage: “o THC é um anticonvulsivante mais potente que o canabidiol, mas, em doses altas, pode ter efeitos adversos. Em doses muito altas, pode até aumentar as convulsões”.

Outro estudo, do neurologista Eduardo Faveret, chefe do Departamento de Epilepsia do Instituto do Cérebro, afirma que: “existem diversos trabalhos mostrando que o CBD tem efeitos antipsicóticos e ansiolíticos que equilibram efeitos adversos que o THC pode causar em altas dosagens”.

Sendo assim, podemos concluir que o canabidiol deve usado de forma terapêutica e apenas com a recomendação do seu médico. Apenas dessa forma o medicamente se torna altamente benéfico.

Quando se gente fala de maconha, a primeira coisa que vem à mente é o uso de drogas. Jovens chapados e outras associações mais caricatas. Apesar do uso recreativo existir, a maconha vem sendo  transformada ao longo dos anos e explorada para novos propósitos. Atualmente, a Cannabis Medicinal é um dos mercados mais promissores do mundo, com uma expectativa de 146,4 bilhões de dólares até 2025.

Legalização da Maconha no Mundo

O primeiro país a legalizar a Cannabis do mundo foi o Uruguai, em 2013. O país liberou o consumo recreacional de cannabis e, nos anos seguintes, passou a controlar as plantações e vendas com novas legislações. O Canadá foi o segundo país a ser legalizado, em 2018. O governo canadense, porém, controla o licenciamento das empresas envolvidas na indústria, tanto para uso recreacional quanto medicinal.

Nos Estados Unidos, as leis se diferem para cada estado, portanto 30 deles permitem o uso do Canabidiol (medicamento). Desses 33 estados, apenas 9 permitem o uso recreacional. Ainda assim, a maconha é proibida pelo governo federal.

Demais países, como Austrália, Peru, Equador, Argentina, Venezuela, Espanha, Luxemburgo, Bélgica, Portugal, Jamaica, África do Sul e Israel tem evoluído na legalização da maconha. O Brasil, porém, não está nessa lista. Nossa legislação ainda funciona da seguinte forma: a Anvisa trata cada caso individualmente, permitindo ou não o uso da cannabis medicinal para cada paciente.

Para saber mais sobre o processo de importação do Canabidiol, entre em contato aqui.

O Canabidiol é uma substância extraída da planta da maconha, Cannabis Sativa, que atua no sistema nervoso central, sendo útil no tratamento de doenças psiquiátricas ou neurodegenerativas, como esclerose múltipla, esquizofrenia, mal de Parkinson, epilepsia ou ansiedade, por exemplo.

Atualmente, no Brasil, existe apenas um medicamento autorizado para comercialização, com o nome Mevatyl, que é indicado para o tratamento de espasmos musculares relacionados com a esclerose múltipla. No entanto, é possível importar outros medicamentos com esta substância, com devida autorização.

Para que serve o remédio com canabidiol

No Brasil, existe apenas um medicamento com canabidiol autorizado pela ANVISA, com o nome Mevatyl, que tem como indicação o tratamento de espasmos musculares relacionados com a esclerose múltipla.

Porém, existem outros medicamentos com canabidiol, que são comercializados em outros países, indicados para o tratamento da epilepsia, doença de Parkinson ou Alzheimer, como analgésicos em doentes oncológicos terminais, por exemplo, que podem ser importados, para casos específicos e com devida autorização.

Ainda não há evidências científicas suficientes que comprovem que os canabinoides são totalmente seguros e eficazes no tratamento de casos de epilepsia, por isso, só há indicação para o uso em casos restritos, quando não há uma resposta adequada a outros medicamentos indicados para essa doença.

Além disso, a cannabis medicinal tem vindo também a revelar propriedades farmacológicas, como ação analgésica e imunossupressora, ação no tratamento de AVC, diabetes, náuseas e câncer e efeitos sobre os distúrbios de ansiedade, do sono e do movimento.

Através dos anos, a legalização da cannabis medicinal foi crescendo. Uma das principais mudanças foi a liberação do uso para tratamento de doenças, como epilepsia, especialmente em crianças e jovens. O Cannabidiol é o maior componente não psicoativo da Cannabis sativa. Efeitos farmacológicos do medicamento são mediados através dos “G protein coupled receptors”, canabinoide tipo 1 (CB1) e canabinoide tipo 2 (CB2).

Canabidiol como tratamento para epilepsia?

Esses são altamente expressivos no hipocampo e outras partes do sistema nervoso. Quando ativo, os receptores CB1 inibem a transmissão sináptica, no caso responsável por modular convulsões e mais sintomas epilépticos.

O Canabidiol é um medicamento para o tratamento de epilepsia, esquizofrenia, Mal de Parkinson, esquizofrenia, autismo, dor neuropática, ansiedade e insônia. Normalmente, a dose recomendada e a frequência de utilização deve ser orientada pelo médico que prescreveu o medicamento. O uso do medicamento é contraindicado durante a gravidez e lactação e em paciente com hipersensibilidade aos extratos de Cannabis ou qualquer componente da fórmula do Canabidiol.

Para Que Serve o Medicamento Canabidiol

O extrato é retirado da folha da maconha, Cannabis Sativa, que ao contrário do consumo da planta não causa vício, dependência ou psicose. No entanto podem surgir efeitos colaterais, como tontura e sonolência, que podem não se manifestar em todos os casos, mas que devem ser informados ao imediatamente ao médico para ajustar a dose ou suspender o tratamento.

O Canabidiol é um medicamento feito a partir da planta da maconha, Cannabis Sativa, que diminui a reação do sistema nervoso central tendo por isso ação antipsicótica, neuroprotetora e anti-inflamatória. O consumo de álcool deve ser evitado durante o tratamento. O médico deve ser informado sobre a toma de outros medicamentos sedativos e hipinóticos durante o tratamento com o remédio.